sábado, 15 de janeiro de 2011

SEM PLANEJAMENTO

Gilberto Freire e Sérgio Buarque de Hollanda, em suas obras, Sobrados e Mucambos e Raízes do Brasil, respectivamente, destacam o caótico processo de urbanização brasileira. Ruas e casas construídas anarquicamente, ruas estreitas, sem algum planejamento, esgotos e porcarias mil, nos rios, córregos e nas ruas. No século XIX, dizia-se que o Rio de Janeiro era bonito de longe. De perto era de uma fedentina só. Cadáveres de negros insepultos nas praias, e os penicos cheios de excrementos, devidamente jogados nas ruas. Daí as constantes doenças e epidemias que assolavam constasntemente a então capital do Brasil. Imagine nas outras cidades. Sérgio Buarque destaca o varáter imediatista da colonização portuguesa, aonde o planrjamento simplesmente não existia, ao contrário do império espanhol na América Latina aonde cidades inteiras eram planejadas, inclusive para companhar as características do clima europeu. Cientes de estarem expandindo um processo civilizatório em caráter permanente, os espanhóis se preocupavam mais na administração criando também universidades. Coisa que os portugueses nem de longe pensavam. Ademais, os portugueses eram acusados de fazerem uma colonização denominada sarcasticamente de"caranguejo", pois praticamente só colonizaram o litoral. A interiorização do Brasil foi obra e graça dos próprios brasileiros pobres, escravizadores de índios, como os paulistas.

URBANIZAÇÃO CAÓTICA

Com o processo de urbanização, sobretudo na segunda metade do século XX, com o processo de industrialização alavacado por Vargas, e expandido nos anos subsequentes, sobretudo na ditadura militar, rapidamente o país passa a ser urbano. Hoje mais de 85% dos brasileiros vivem em cidades, inclusive as pequenas. Neste sentido, não só Caetés cresceu, mas quase todas as cidades pequenas deste imenso país, principalmente depois dos programas sociais do governo. Até Neves, distrito de Jucati cresceu a olhos vistos. A vila do Araçá, e de Ponto Alegre em Caetés, também, incluindo as vilas do Tará e Santo Antônio do Tará no município de Venturosa. Aqui em Caetés dizem que foi Zé da Luz quem promoveu o crescimento. Parece piada, não?

DESASTRES URBANOS

Com esta urbanização caótica e a falta de planejamento, os desatres tornam-se comuns. E agora não só está atingindo áreas de risco ocupadas pelos pobres de sempre na nossa história, mas também inúmeros setores das classes médias. E todos os anos a história se repete com piores agravantes. É preciso também consciência ambiental para o povo, que emporcalha e polui constantemente nossas cidades, entupindo de lixo os córregos e rios, além das precárias redes de esgotos. A este respeito, o Brasil tem baixos índices de saneamento básico. Os prefeitos adoram calçar ruas, sem antes ter instalado a rede de esgotos. Ademais, esgoto não aparece em fotografia. Um dos mais sérios problemas do país é sabidamente as doenças causadas pela falta de saneamento.

CAETÉS

Em Caetés, quem traçou o desenho da avenida principal, foi meu pai, Rafael Brasil. Com poucos recursos, fez o saneamento da avenida principal, acabando na época, com o terror das muriçocas. O esgoto foi feito à mão, e cabe uma pessoa de um metro e oitenta dentro. Como também a cidade praticamente se restringia a rua principal, meu pai também com parcos recursos implantou um sistema de abastecimento d’água, puxando-a do cacimbão, um pequeno açude da cidade. Claro, o sistema era precário, mas funcionava, e quase sempre tínhamos água, na avenida Luiz Pereira Júnior, a principal. Também, sem SUS, implantou, com recursos próprios, a primeira sala de cirurgia do município. Hoje deixaram construir o belo prédio do fórum da cidade num pântano, que faz parte da nascente do rio Canhoto. Recentemente, chuvas destruíram casas na entrada da cidade, pois inúmeras construções interromperam o curso das águas que vem da barragem da estrada que corta o município. Esta pequena tragédia nem teve a honra de ser devidamente vistoriada pelo prefeito da ocasião. Que continuou em Recife cuidando dos seus negócios, enquanto aqui, muitos choraram os prejuízos. Até agora tudo está do mesmo jeito. Nada se fez, talvez à espera de uma nova catástrofe.

2 comentários:

  1. Pelo que se ver, Caetes é um caos. Só nao aos olhos do baba-ovo Einstein!

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  2. nova proposta da camara municipal.mudar o nome da cidade para Cúetes.

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