domingo, 8 de maio de 2011

BRIZOLA



Ouvi  no noticiário a morte de Neuzinha Brizola. Lembrei daqueles tempos em que Brizola botava medo nos militares, para os quais ,a maioria, um criptocomunista. Brizola, que sempre foi personalista, um caudilho para muitos, teve que aturar o purismo ideológico do PT desde que veio do exílio, pós transição democrática. Se o aliado fosse de direita, lá vinha o pessoal do PT e suas patrulhas ideológicas. Brizola ficava furioso, pois os petistas não queriam conversa com seu pessoal, que era tachado pelos petistas, no mínimo de corruptos, quando não da direita ou mesmo do empresariado nacional. Só faltavam matar o “Briza” do coração pela esquerda, acusando-o de personalista e aliado de alianças espúrias ao povo, e sobretudo aos trabalhadores. Hoje, fazem alianças com gato e sapato, com o pior do congresso nacional, da direita e da esquerda, ambas fisiológicas.
BRIZOLA II
Brizola não foi ao segundo turno com Collor por causa de Lula. Se tivesse chegado ao segundo turno, creio, poderia bater Collor que decaía no meio da campanha. Tinha uma raiva danada de Lula, apelidando-o maldosamente de “sapo barbudo”. Se estivesse vivo, como se comportaria com o PT no poder? Como seus pretensos descendentes, será que se contentaria com alguns cargos? Ou soltaria a língua, na oposição? Se ouvisse Lula se comparando a Getúlio Vargas? Brizola achava-se um predestinado a ser presidente, e herdeiro de Getúlio. Nem foi uma coisa nem outra. Foi uma figura marcante da política brasileira no pós- guerra. Tempos da guerra fria que na voltam mais. Só.
BRIZOLA III
Bradava nos palanques contra as multinacionais que “sugavam o sangue do povo brasileiro”. Todos faziam como, e lutavam para ser, um mais radical do que o outro. De Ulysses do PMDB, ao s petistas, que mais radicais, pregavam a revolução marxista. Uma ditadura trotskista do proletariado, digamos assim.  Estes eram contra, não ao modelo cubano – soviético, mas aos métodos do império soviético, então não revolucionários. Os comunistas, seguido a orientação soviética, pregavam a “revolução burguesa”, como preparação para a luta pelo socialismo. Os outros comunistas, quase todos agrupados no PT de mil e quinhentas tendências nem tinham uma orientação única. A revolução sairia da práxis revolucionária, como numa mágica. Pelo menos numa questão estavam certos. Em história não se pode prever nada. Eles, como os macumbeiros estavam perdidos no espaço. Como também os comunistas, estes pelo menos mais racionais, quase envergonhadamente social-democratas. Hoje, claro, ninguém quer saber dessas coisas. Só querem se dar bem. Com sua visão nacionalistóide, certamente Brizola seria um fracasso. Mas isso é outra história.
MODOS DE PRODUÇÃO
Como ensinar o sistema teórico de “modos de produção” em sociologia, no segundo grau? Esta esquematização marxista não é levada a serio pelo menos há setenta anos. Alguém já definiu um modo de produção claramente ao longo destas décadas? O que é um modo de produção asiático? Houve uma época em que os pseudo marxistas perdiam dias, semanas anos, discutindo essas coisas, claro, sem chegar a quaisquer conclusão. Pois faço este trabalho seguindo as orientações teóricas de plantão. E claro, chego a muitas conclusões, falando de capitalismo e socialismo. Uma graça nossos educadores, não? Conclusões estas muito diferentes da que nossos nobres educadores sonham. Óbvio ululante “grandes” educadores.

Um comentário:

  1. Óbviamente que Brizola e o PDT não estariam ao lado do "sapo barbudo" e seu partido. Pouco antes de morrer, O velho caudilho já estava rompido com a turma do mensalão por ter comprado um avião, imagine se ele tivesse sobrevivido para ter presenciado o escândalo do mensalão? velho "Briza", que falta faz ao debate brasileiro!

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