quarta-feira, 20 de março de 2013

EDUARDO AFINA DISCURSO



Ao fazer críticas ao funcionamento do governo, e a leniência e não fazer a reforma tributária, Eduardo , aos poucos tenta montar o seu discurso. É difícil, pois Eduardo ocupa o mesmo espaço político e ideológico de Dilma Lula e o PT. Ou seja, uma estranha socialdemocracia não declarada, ou ainda travestida de um discurso tropegamente revolucionário, digamos assim, que é o palavratório de fundo clamando o socialismo, que ninguém mais sabe o que é. Aliás, desde o último mandato de Getúlio Vargas, que temos uma digamos, confluência de idéias da esquerda com a direita nacionalista. Nos governos militares, estes , com exceção de Castelo Branco, foram nacionalistas estatizantes. O anticomunismo dos milicos se resumia à que eles não se conformavam com a submissão dos comunas a nenhuma potência estrangeira, no caso a extinta União Soviética. Porém tento  a esquerda como a direita nativa eram e são positivistas. Muitos comunistas, neste sentido, trabalharam em estatais em plena ditadura. Como inúmeros não ameaçavam concretamente o sistema, eram cooptados, mesmo que ideologicamente permanecessem comunistas.
O interessante é que, as oposições à ditadura militar, eram, ou queriam ser, mais nacionalistas do que os próprios milicos, cujo principal exponente foi Geisel, o campeão das chamadas substituições de importações, via criação de estatais. Chamavam Geisel de entreguista, uma verdadeira piada. Creio que Geisel foi mais estatista do que o finado Brizola, e boa parte das esquerdas juntas. 
Veio a redemocratização, e fizeram uma constituição mais nacionalista ainda, além de oferecer muitos direitos iverossímeis. Sarney num dos seus pequenos laivos de sinceridade, disse certa vez que com a nova constituição, o país tonara-se praticamente ingovernável. E a nossa constituição foi escrita um ano antes da queda do muro de Berlin, que foi em 1989. Enquanto o mundo assistia o final da estatocracia soviética e seus satélites, no Brasil se afirmava a institucionalização do nacionalismo estatizante. Foi preciso outro social democrata, Fernando Henrique, partir para as reformas da mesma constituição, visando não só enfrentar as corporações  estatais, bem como para abrir o país, pelo menos um pouquinho. Esta pequena abertura, foi responsável pelo crescimento e uma tênue inclusão social, até os dois governos Lula, que gozou dos benefícios eleitorais das reformas que tanto combateu no passado recente.
Incapaz de defender um estado mais, digamos liberal, Eduardo e o PSDB, terão dificuldades de se diferenciar dos petistas, herdeiros desta tradição de união adas esquerdas com os nacionalistas, antes tidos como de direita. Aliás, a origem do fascismo foi o nacionalismo de direita. O próprio Arraes no estado de Pernambuco sempre fez esta ponte, a união das esquerdas urbanizadas, com os coronéis, nem tanto nacionalistas, mais fisiologistas isto sim , do interior. Foi Getúlio quem primeiro concebeu esta aliança entre o seu PTB, que cooptou os operários da nascente industrialização nacional, sobretudo no período entre guerras, munindo-se sempre ao conservador , agrário e coronelista PSD, forte no interior. Ou seja, desde Getúlio, que os liberais não tiveram vez no Brasil. Ainda falam baboseiras, chamando os milicos, ou mesmo Fernando Henrique de "neoliberais". O Último presidente que ganhou as eleições com um discurso liberalizante foi Collor. Quando assumiu, meteu a mão na poupança do povo, numa das mais descaradas intervenções estatais nas vidas dos cidadãos em toda a história. E seu governo deu no que deu, mergulhado em corrupção. Nem tanto como a do PT claro, mas o detalhe é que naquela época o PT era oposição.
Se a economia piorar, e muito, todos terão chance. Porém se nada acontecer, teremos mais um governo conservador e nacionalista, para atrapalhar o capitalismo,  a liberdade e abertura econômica no país. Afinal, não temos nenhum partido, ou político liberal com forças , o que é uma grande falta. Se bem que ninguém leva o discurso socialista à sério. Vai vigorar a demagogia governista do "governo dos pobres", contra o dos ricos, da oposição. Ridículo. Por essas e outras, estamos onde estamos. 
De qualquer forma, falta tempo para as eleições. Até lá, muita coisa pode acontecer, inclusive nada, claro. Se Eduardo, junto com Marina e Aécio forem candidatos, teremos segundo turno. Se não, e se nada de grave acontecer, Dilma pode ser eleita no primeiro. Como ela e o PT não tem projeto para o país, vão desmontar o que Fernando Henrique começou a construir. Ruim para o país, mas bom para a política, com o povo desiludido com essa turma. Aguardemos os acontecimentos.

Um comentário:

  1. BELO TEXTO MEU PREZADO RAFAEL BRASIL, PENA QUE A MAIORIA DOS PETRALHAS NÃO SABE LER…..

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