segunda-feira, 20 de maio de 2013

IRÃ - EXECUÇÕES TRANSFORMADAS EM ESPETÁCULOS


Blogueiros iranianos protestam contra execuções transformadas em espetáculos

Tradição covarde – O número de execuções no Irã ainda é alto. Segundo a Anistia Internacional (AI), no ano de 2012, a pena de morte foi executada mais de 500 vezes no país. Uma em cada dez pessoas foi executada em público, afirmam organizações de direitos humanos. O número de execuções públicas vem crescendo já há alguns anos.
Em 20 de janeiro último, dois jovens que haviam sido condenados à morte por roubo e extorsão, foram executados publicamente. Ambos tinham menos de 25 anos de idade. Como de costume nas execuções públicas no Irã, eles foram enforcados em guindastes instalados sobre carros de polícia.
Mas, dessa vez, a execução não aconteceu, como de costume, num ginásio de esportes ou numa praça de mercado, mas no meio do chamado Parque de Artistas, um ponto de encontro de escritores e músicos no centro de Teerã.
Recado para intelectuais e dissidentes
Essas recentes execuções públicas levaram a um intenso debate na blogosfera iraniana. Muitos se perguntam por que justamente o Parque dos Artistas fora escolhido para servir como lugar de execuções. Um blogueiro de Teerã levantou a suposição de que o governo queria mandar um recado para intelectuais e dissidentes. “Por meio de um arrepiante espetáculo de execuções, o governo quer mostrar que a pena de morte também pode ser possível para críticos do regime.”
Esse ponto de vista foi reiterado por outro blogueiro: “Ontem, execução no ginásio de esportes; hoje, execução no Parque dos Artistas. Por que a execução da pena de morte acontece em tais locais públicos? Talvez se queira intimidar ainda mais a população”.
Outros internautas acham que o local das execuções seria algo secundário. Eles exigem a abolição da pena de morte. Um usuário apontou ainda para o fato de que muito pouco tempo se passou entre a prisão e o enforcamento dos dois jovens. Por isso, ele questionou o processo jurídico e as audiências.
Reações à página do Facebook da Deutsche Welle
Também na página do Facebook da redação persa da Deutsche Welle, em poucas horas, milhares de usuários reagiram ao acontecimento, comentando publicamente a execução e criticando o governo.
Muitos eram da opinião de que nem a pena de morte nem as execuções públicas foram capazes de reduzir, nos últimos anos, o número de crimes no Irã. “Se a pena de morte tivesse funcionado como forma de intimidação, menos crimes teriam sido cometidos”, escreveu um usuário. “Os números aumentaram significativamente.”
Críticas a espectadores
Na blogosfera e redes sociais iranianas, todavia, as críticas não se dirigem somente a opositores do governo. Os comentários de muitos usuários se aplicam também contra as massas de pessoas que assistem, amontoadas, a uma execução pública.
“Hoje em dia, presenciar uma execução se tornou uma espécie de atividade de lazer”, criticou um usuário. Da mesma forma, outros usuários também criticam em seus postings que principalmente pessoas jovens e até mesmo crianças se aglomeram nas filas para assistir a um enforcamento.
“Violência gera violência”, escreveu um usuário do Facebook questionando: “Por que vocês trazem suas crianças quando querem celebrar uma execução em público? Execuções públicas são uma aplicação estatal de violência. Quem pode garantir que os filhos de vocês, que vivenciam tal violência nesta idade, não sofrerão transtornos mentais e mais tarde se tornarão criminosos?”
Também o blogueiro iraniano Amir Hadi Anyari advertiu de mais contenção. Ele aponta para uma responsabilidade da sociedade iraniana. “Enquanto houver pessoas que sobem em árvores para conseguir um lugar melhor para assistir a um enforcamento e que registram a execução em seus celulares, é difícil imaginar o fim da pena de morte. Aqueles que exigem o fim das execuções no Irã não têm a menor ideia da realidade da sociedade iraniana.”
Defensores da pena de morte também se manifestaram na blogosfera. Eles consideram essa penalidade uma forma de intimidação. No entanto, os opositores e simpatizantes estão de acordo numa questão: as execuções não devem acontecer em locais públicos. (Do Deutsche Welle)

Um comentário:

  1. CINCO ANOS PRESOS - sem haverem cometido crime algum, exceto o de serem seguidores da FÉ BAHÁ'Í, uma religião respeitada no mundo por inteiro por sua visão universalista, por sua ética de serviço ao bem-estar coletivo, por sua espiritualidade livre de dogmas e rituais.

    SETE LIDERANÇAS BAHÁ'ÍS DO IRÃ vão completar 5 anos encarcerados nas piores condições pelo governo que falsamente diz seguir os ensinamentos do Islã. O Islamismo prega o amor, a generosidade, a hospitalidade e a tolerância. Quem se diz muçulmano e age de forma contrária ou está mentindo ou usa o nome da religião em vão.

    BRASILEIROS E CIDADÃOS EM TODAS PARTES DO MUNDO vão mais uma vez protestar contra esse flagrante desrespeito aos direitos humanos pelo governo iraniano, e pedir liberdade para essas sete pessoas reconhecidas por sua integridade moral e servitude.

    SIRON FRANCO, um dos mais renomados artistas plásticos brasileiros é mais uma liderança que se soma a esse movimento!
    (texto de Feizi Milani)
    www.bahai.org.br

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