quinta-feira, 29 de maio de 2014

Eleições na Colômbia: fim das negociações em Havana?

Embora poucas pessoas percebam, as eleições presidenciais na Colômbia têm um peso decisório
no futuro do nosso continente.

No domingo 25 de maio ocorreram duas eleições de considerável importância no nosso continente: na Venezuela, não pelos cargos disputados mas pela resposta da oposição venezuelana ao autoritarismo do ilegal presidente Nicolás Maduro e na Colômbia, fundamental para decidir se o país se transformará em mais um satélite castro-comunista com as FARC no poder.

Em meados de fevereiro deste ano, Maduro, sob as ordens dos ditadores Castro, depôs e fez colocar na cadeia com uma condenação de 12 meses de prisão, dois prefeitos que se opuseram a combater os manifestantes que armavam barricadas para se defender dos ataques da Polícia e Guarda Nacional que atacavam os estudantes sob as ordens de Maduro. Depostos os prefeitos Daniel Ceballos, de San Cristóbal, estado Táchira, e Enzo Scarano, de San Diego, estado Carabobo, Maduro decretou os cargos vacantes e convocou eleições para 25 de maio. O que ele não contava é que as esposas dos prefeitos encarcerados iriam concorrer aos cargos para dar continuidade ao trabalho de seus maridos.

Em resposta aos desmandos autoritários do governo ilegítimo de Maduro, o povo respondeu à convocatória e votou maciçamente nestas duas senhoras. Patrícia de Ceballos, esposa de Daniel, se converteu na nova prefeita de San Cristóbal com 73,60% dos votos, e Rosa Brandonisio Scarano, esposa de Enzo, conquistou a prefeitura de San Diego com 87,74% dos votos. Insatisfeito com o resultado, porque seus prepostos foram rechaçados rotundamente, Maduro ainda no domingo “advertiu” que estava havendo eleições em dois municípios porque os prefeitos “cometeram delitos graves para o país”, e que a oposição poderia governar mas se “se se tornassem loucos e começassem a queimar o município outra vez, se convocarão eleições a cada três meses até que haja paz”, como se os responsáveis por tantos assassinatos fossem esses prefeitos e não os supostos agentes da ordem por determinações suas.

Embora poucas pessoas percebam, as eleições presidenciais na Colômbia têm um peso decisório no futuro do nosso continente, considerando que o atual presidente, Juan Manuel Santos, vem há mais de um ano facilitando, com o apoio dos ditadores Castro, a legalização dos terroristas das FARC que pretendem fazer do país mais um feudo comunista.

Com menos de um ano de criação e oficialização do partido Centro Democrático (CD), o ex-presidente Uribe elegeu-se Senador da República com mais de 80% de votos, e ainda elegeu a maioria dos senadores e deputados federais que ocuparão as cadeiras do Parlamento colombiano. Desesperado com este resultado, o presidente Santos tramou de todas as maneiras que pôde para impedir que o CD tivesse um candidato à presidência e que este resultasse vencedor nas eleições que se celebraram no último domingo.

Faltando aproximadamente um mês para as eleições, Santos, através da revista Semana de propriedade de sua família, divulgou um vídeo onde aparecia o candidato do CD, Oscar Iván Zuluaga, em conversa com o suposto hacker Andrés Sepúlveda, onde “tramavam um golpe para derrubar Santos”. A fraude foi grosseira. Vários peritos em informática analisaram o vídeo e apontaram até 30 edições que modificavam o que fora conversado. O advogado de Zuluaga, Jaime Granados, entrou com uma denúncia no Ministério Público contra essa fraude criminosa, anexando os laudos periciais, mas na primeira avaliação - apressada, evidentemente - o MP alegou que o vídeo era autêntico, entretanto, a sentença final ainda não saiu e Zuluaga pôde concorrer legalmente.

O escândalo provocou efeito contrário aos planos de Santos pois, revelada a fraude, a rejeição dos colombianos a ele, que já era enorme por conta do tal “acordo de paz”, além de ver as mentiras das FARC que assinaram um cessar fogo que seria de 20 a 28 de maio e NUNCA deixaram de cometer assassinatos e atos terroristas, resultou em que preferiram acreditar no candidato de Uribe.

A resposta a esse rechaço veio nas urnas: Oscar Iván Zuluaga obteve 29,27% dos votos e Juan Manuel 25,59%, com 60% de abstenção (na Colômbia o voto não é obrigatório), um dos índices mais altos que se tenha notícia, contrastando com as eleições de 2010, quando Santos elegeu-se com a plataforma de Uribe e traiu-a no dia seguinte à tomada de posse reatando relações com a Venezuela e declarando Chávez seu “mais novo melhor amigo”. Com esse resultado a disputa vai para um segundo turno que ocorrerá em 15 de junho.

Quem acompanhou as eleições de 2010, como eu, e que via uma população esperançosa de que finalmente o país voltaria a viver em paz com o fim das FARC, compreende a desconfiança do povo em decidir os destinos do país, daí tão grande índice de abstenção. Santos era o candidato de Uribe e o traiu vergonhosamente, então, como confiar em outro que aparece com as mesmas promessas? As “negociações de paz” em Havana têm-se mostrado um fracasso rotundo para os anseios dos colombianos e uma vitória para as FARC mas não foram concluídas antes das eleições, o que deu uma folga para Zuluaga que já afirmou que vai suspendê-las. 

A candidata Marta Lucía Ramírez, do Partido Conservador - que não lhe deu qualquer apoio e que foi grosseiramente mal tratada pela mídia inteira -, já declarou que vai apoiar Zuluaga, o que representa mais de 15% dos eleitores que lhe deram seu voto. Os outros dois candidatos, Enrique Peñalosa do Partido Verde e Claudia López do Polo Democrático Alternativo que pertence ao Foro de São Paulo, certamente apoiarão a Santos. Porém, não se pode esquecer que os 60% que não foram votar demonstraram seu rechaço a Santos e que, agora, com um bom trabalho do Centro Democrático, poderão ir às urnas em 15 de junho e depositar sua confiança em Zuluaga porque os colombianos odeiam as FARC de morte e não querem vê-las livres e impunes de tantos crimes hediondos.

O que se teme agora é que Santos acelere a assinatura final dos acordos para apresentar-se como o candidato que “selou a paz” e acabou com um conflito que dura mais de 50 anos, mas isso poderá ser o tiro de misericórdia em suas pretensões de conquistar o Prêmio Nobel da Paz e mais um mandato de 4 anos. Só nos resta torcer e aguardar que o povo colombiano decida pelo melhor, pelo fim desse flagelo maldito chamado FARC, pois isto será um golpe também para os ditadores Castro, aos que tramam desde Havana e ao Foro de São Paulo.


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