segunda-feira, 20 de outubro de 2014

ARMÍNIO: 'NUNCA HOUVE IDEIA DE PRIVATIZAR O BB'


Indicado pelo presidenciável Aécio Neves para chefiar o Ministério da Fazenda num hipotético governo do PSDB, o economista Armínio Fraga disse nesta segunda-feira (20) que “não há e nunca houve a ideia de que vamos privatizar” o Banco do Brasil.
Armínio fez a declaração durante uma entrevista que concedeu à Associação Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil (Anabb). Ele falou por meio de videoconferência. A conversa foi transmitida ao vivo pela internet.
A associação ouvirá também o economista Alessandro Teixeira, indicado pelo comitê de campanha de Dilma Rousseff. Ele falará na noite desta segunda, no auditório da sede da Anabb, em Brasília.
O objetivo da entidade é o de aferir o grau do comprometimento dos presidenciáveis com a preservação das instituições bancárias estatais. “Se depender de nós, o futuro do Banco do Brasil é brilhante, é competitivo, forte e bem capitalizado”, disse Armínio.
Segundo ele, o projeto de Aécio prevê “o fortalecimento do Banco do Brasil, da Caixa Econômica e de todas as instituições.” As declarações de Armínio soaram menos de 24 horas depois de Dilma ter mencionado o nome dele no debate presidencial transmitido pela TV Record na noite de domingo.
Batendo o mesmo bumbo que soa na sua propaganda eleitoral, a rival de Aécio dissera: “Lamento, mas li em várias circunstâncias, inclusive escutei várias falas do seu candidato a ministro da Fazenda, que ele ia reduzir o papel dos bancos públicos, e no fim, não sabia o que ia ficar. Eu acho lamentável esse terrorismo em relação aos bancos públicos.”
E Aécio: “Olha, eu quero aproveitar esse momento para me dirigir aos funcionários do Banco do Brasil, da Caixa Econômica Federal, do BNDES. Eles estão, sim, sofrendo o terrorismo de uma propaganda enganosa. No nosso governo, os bancos públicos serão fortalecidos. Eles são essenciais ao crescimento da economia, nos mais diversos setores, mas também aos avanços sociais.”
Aécio dissera, de resto, que, se for eleito, fará indicações técnicas para a diretoria dos bancos públicos. “No nosso governo, não haverão senhores Pizzolattos administrando o Banco do Brasil”, afirmara, numa referência a Henrique Pizzolato, o ex-diretor de Marketink do BB condenado no processo do mensalão e preso na Itália.
Ecoando as palavras do seu candidato, Armínio, ex-presidente do Banco Central no governo FHC, realçou a “meritocracia” e a “governança” como pontos positivos que identifica na gestão do Banco do Brasil. Quanto aos pontos negativos, falou de “aparelhamento” e “politização”.
Medindo as palavras, Armínio rogou: “Não confundam politização com política pública”. Disse que os bancos públicos exercem papel relevante na execução de programas governamentais. Esse tema também havia sido explorado no debate da véspera.
Aécio insinuara que o Tesouro atrasa o repasse do dinheiro de políticas públicas operadas pelos bancos estatais. “Pergunto à senhora: é justo, por exemplo que, a Caixa e o Banco do Brasil estejam recebendo atrasados, ou deixando de receber recurso do Tesouro para garantir o pagamento em dia do crédito agrícola no caso do Banco do Brasil, R$ 8 bilhões, ou no caso da Caixa, para pagar em dia os benefícios do Bolsa Família, cerca de R$ 10 bilhões, ou mesmo do seguro-desemprego?”
Ao responder, Dilma ironizara seu antagonista: “Candidato, o senhor viu cantar o galo e não sabe aonde. Isso é terrível, quando acontece com uma pessoa. Candidato, a minha relação e a relação do governo, a relação de todos nós, com os bancos públicos é uma relação de grande respeito. Todos os bancos públicos tiveram seus lucros aumentados e ampliados. Sua taxa de inadimplência foi reduzida. E uma recomposição do seu funcionalismo”.
Sem fazer referência ao embate, Armínio declarou na entrevista à Anabb que as verbas dos programas que têm os bancos públicos como agentes financeiros devem constar explicitamente do Orçamento da União. Uma das críticas que a campanha de Aécio vem fazendo é a de que falta transparência na relação do Tesouro com as instituições públicas de crédito

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