quarta-feira, 18 de março de 2015

Cid Gomes é demitido após agravar crise com Congresso - DO BLOG DE REINALDO AZEVEDO

Cid Gomes é demitido após agravar crise com Congresso

Por Marcela Mattos e Daniel Castro, na VEJA.com:
Depois de provocar a ira de deputados governistas e de oposição, a quem chamou de “achacadores”, e comprar briga com o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o ministro da Educação, Cid Gomes, foi demitido do cargo na tarde desta quarta-feira. A informação foi divulgada pelo próprio presidente da Câmara e recebida com aplausos pelo plenário.
A cadeira do chefe da pasta responsável pela “Pátria Educadora”, bordão que a presidente Dilma Rousseff tentou lançar, é a primeira a ficar vaga em menos de cem dias de mandato. Oficialmente, Cid Gomes disse ter entregado o cargo imediatamente após abandonar uma sessão da Câmara na esteira de um bate boca com deputados – o Palácio do Planalto confirmará a versão. Porém, sua saída foi uma reação imediata à ameaça do feita pela bancada do PMDB de não votar mais projetos enviados pelo governo caso Gomes permanecesse no cargo.
A passagem do ministro pelo plenário foi tensa do começo ao fim. Gomes foi convocado pelos parlamentares para explicar a frase de que “a Câmara tinha 300 a 400 achacadores”, dita durante palestra para estudantes na Universidade Federal do Pará há 20 dias. Porém, ao contrário do que os deputados esperavam – uma retratação -, ele repetiu a frase e ainda provocou diretamente Eduardo Cunha: “Eu fui acusado de ser mal educado. O ministro da Educação é mal educado”, afirmou, em referência à declaração de Cunha, feita logo após articular a convocação de Gomes. E continuou, apontando para o chefe da Câmara: “Eu prefiro ser acusado por ele do que ser como ele, acusado de achaque, que é o que diz a manchete da Folha de S.Paulo”, continuou o ministro da Educação, em alusão às denúncias de envolvimento de Cunha com o esquema do petrolão.
A fala incendiou o plenário e provocou uma reação multipartidária, com parlamentares se revezando na tribuna para emparedá-lo. Gomes decidiu deixar a Câmara quando, da tribuna, o deputado Sérvio Zveiter (PSD-RJ) afirmou: “No fundo o senhor está fazendo papel de palhaço. Era melhor colocar uma melancia no pescoço”. Cid Gomes interrompeu o discurso do deputado para cobrar respeito. Foi quando Cunha interferiu: “Vossa excelência nem parlamentar é para interromper o deputado”. Enquanto Zveiter repetia a frase que acabara de dizer, Cid Gomes se dirigiu à saída do plenário.
Do lado de fora, cercado pela claque de prefeitos do interior do Ceará que levou a Brasília, o ministro disse que não pediria demissão. “Eu sou ministro até o dia em que a presidente Dilma desejar”, disse. Mas o estrago já estava feito: simultaneamente, o PMDB anunciava que não votaria mais projetos de interesse do Palácio do Planalto. Enquanto Cid Gomes caminhava até o Palácio do Planalto, o chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, telefonou para Cunha para dar a notícia – e fazer o afago. Cid Gomes não era mais o ministro da Educação.
Ao deixar o Palácio do Planalto, Cid admitiu que deixava o posto por ter atiçado a já inflamada relação do governo com o Congresso. “A minha declaração e, mais do que ela, a forma como eu coloquei na Câmara, é óbvio que criam dificuldade na base do governo. Portanto, eu não quis criar qualquer constrangimento.”
Por Reinaldo Azevedo

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