quinta-feira, 26 de março de 2015

Marta e o PT: a relação já não ia bem desde a campanha de 2010. NÃO PERCAM O VÍDEO - DO BLOG DE RICARDO SETTI


Marta e o PT: a relação já não ia bem desde a campanha de 2010. NÃO PERCAM O VÍDEO

(Foto: Ailton de Freitas/Agência O Globo)
Dissidente: em 2010, quando era candidata ao Senado, Marta não fez questão de se aproximar de figuras importantes do partido (Foto: Ailton de Freitas/Agência O Globo)
Por Tamara Fisch
Na última sexta-feira (20), a senadora Marta Suplicy (PT-SP) deu uma festa em comemoração a seus 70 anos. Durante o evento, repleto de políticos de todas as cores e magnitudes (mas extremamente escasso de petistas), a aniversariante oficializou aquilo que todos já sabiam: ela deixará o PT e se filiará ao PSB.
Distante da cúpula central do partido há meses, Marta não poupa críticas ao governo Dilma nem se preocupa em esconder as desavenças com os companheiros. É só ver o contingente presente na festa: o PT foi representado exclusivamente pelo senador Delcídio Amaral (PT-MS) — outro que anda pensando em pular fora do barco. Fernando Haddad, prefeito de São Paulo, não foi nem convidado.
O curioso é que o afastamento de Marta do PT pode vir de outras primaveras. Se voltarmos à campanha ao Senado, em 2010, é possível ver sinais claros de distanciamento entre a candidata e sua legenda desde o início. No canal do YouTube do marqueteiro Duda Mendonça, cujo currículo é repleto de trabalhos com petistas, há um vídeo chamado “Apresentação de Campanha Marta 2010  PT-SP”. As imagens mostram o encontro da então candidata ao Senado com Mendonça, quando ele listou as características que teria a campanha nos próximos meses.
Vale ressaltar que, na ocasião, Marta demonstra não ter conhecimento de nada que lhe era apresentado, ou seja, o marqueteiro deve ter tido total liberdade criativa. No vídeo abaixo, Duda diz com todas as letras que “o povo está se lixando” para o partido do candidato. E, no jingle que toca para a candidata, há um trecho que diz, significativamente: “É Marta no Senado/ Seja qual for o seu lado”. Confiram:
Notaram como o PT é negligenciado tanto no discurso de Mendonça quanto no jingle de campanha? Lula e Dilma, que deveriam ser grandes figuras por trás de Marta, são mencionados uma única vez, escondidinho, no final do jingle. E, é claro, a clássica estrela vermelha aparece quase camuflada nos pôsteres apresentados.
O fato de ter sido Duda Mendonça o escolhido a chefiar a campanha também não fez membros centrais do PT muito felizes. Na época candidato ao governo de São Paulo, o hoje chefe da Casa Civil Aloizio Mercadante não recebeu bem a notícia de que sua companheira de partido dividiria o marqueteiro com Paulo Skaf, seu concorrente ao Palácio dos Bandeirantes pelo PMDB. Durante a pré-campanha, o núcleo petista em São Paulo determinara que as mesmas pessoas lidariam com as campanhas de Mercadante e Marta (os publicitários Augusto Fonseca e Marcelo Simões).
O fator Duda Mendonça não ajudou também na relação de Marta com a presidente Dilma, cuja campanha era chefiada por João Santana, ex-sócio do marqueteiro, de quem ele mantinha distância.
Tudo indica, pois, que o estremecimento de Marta com o PT já é antigo.

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