domingo, 27 de novembro de 2016

QUAL A DIFICULDADE DA MÍDIA PARA CHAMAR FIDEL CASTRO DE DITADOR? - FLÁVIO MORGENSTERN

Os jornais fazem torções terríveis para não chamar Fidel Castro de ditador. Por que não fazem o mesmo com outros totalitários, como Hitler?
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Humberto Fontova chamou sua biografia de Fidel Castro de “O tirano mais amado do mundo”. Se há uma prova do que Fontova diz, é o tratamento da sua morte pela imprensa.
Por algum motivo bem pouco misterioso, os jornalistas passam em uníssono a dançar o créu número 5 para não chamar o genocida totalitário que transformou a pequena ilha caribenha de Cuba na maior propriedade particular do mundo, fazendo Donald Trump, o “magnata”, parecer um limpador de sapatos perto do patrimônio de Raúl e Fidel Castro.
É “presidente” para cá, como se tivesse sido eleito por alguém. É “líder” para lá, como se liderasse alguma coisa, além de usar toda a população cubana como seus escravos para seu projeto pessoal de poder. E ainda tem o ocasional “comandante”, duas páginas depois de reclamar de alguém no Brasil ainda acreditar em “intervenção militar”, tratando toda a população cubana como uma hierarquia militar que deve se submeter a seu comando porque aí sim nos livraremos dos autoritários capitalistas.
Logo, provavelmente, sairá a palavra “polêmico”, como se um ditador totalitário, por ter seguidores (a hashtag #FidelEterno já é uma das 10+ do Twitter no Brasil nesse momento) deixasse de ser ditador. Adolf Hitler, por sinal, também tem seguidores. O tratamento dado à sua morte foi um tanto diferente.
Adolf Hitler is dead. Adolf Hitler está morto.
Tais jornalistas não parecem se perguntar quantos cubanos (e pessoas de outros países) morreram para a implantação do desastroso totalitarismo socialista cubano – aliás, “socialista” ou “comunista” são palavras que nunca veremos no noticiário, para não pegar mal.
Nunca perguntarão quantos livros o “sistema de educação cubano”, que tem 2% de analfabetismo (contra 3% da América, e que já estava em 3% na época de Fulgêncio Batista), permite que os cubanos leiam, além do Granma, o jornal do Partido Comunista, que é usado como melhor fim como papel higiênico pelos cubanos, na falta do original.
Dilma Rousseff com Fidel CastroNão há um esgar de dúvida a respeito do “sistema de saúde cubano”, que nunca curou nenhuma doença, trata noções de curanderismo como “medicina”, inventa uma pastinha que “evita câncer” segundo eles próprios e cujos médicos, quando vieram ao Brasil pelo Mais Médicos de Dilma Rousseff, não precisaram fazer o Revalida em caráter exclusivo e chegaram a receitar remédios para gripe para doenças mortais.
Tampouco se questiona todo o modelo socialista desenvolvido em Cuba, que precisou viver de esmolas da União Soviética para não matar toda a população de fome, e cujos trabalhadores recebem tão somente US$ 15 por mês (o equivalente a duas horas de trabalho em Miami), com todo o resto ficando com o governo, num dos maiores impostos do mundo para a população viver com menos de dois dólares por dia, a marca da situação de miséria pela ONU. Mas, claro, tendo tudo totalmente “grátis” já que é “dado” pelo governo socialista.
Sabe-se muito bem por que a mídia não chama Fidel Castro de ditador: porque a liberdade que ainda desfrutam no Ocidente é o que mais odeiam, e o que mais gostariam era de trabalhar no Granma.cu, com uma população que não pode acessar internet e informações livremente, para não ter concorrência.
E toda a sua visão de mundo, na política, na econômica ou onde for, é calcada em palavras de forte impacto psicológico, como “desigualdade”, mas escondendo fatos de fortíssimo impacto visual, como a miséria de Cuba e a opulência de Fidel Castro. Para não falar nos paredóns, nas prisões políticas, nos hospitais nojentos…
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