quarta-feira, 15 de março de 2017

BRASIL, CHINA ÍNDIA E RÚSSIA – OS “BRIC’S” - RAFAEL BRASIL - RECORDAR É VIVER ´ARTIGO DE 06-2OO9

BRASIL, CHINA ÍNDIA E RÚSSIA – OS “BRIC’S”

Os recém apelidados de BRIC’S, denominados de emergentes, reuniram-se na Rússia. Foi um encontro interessante, pois tenta-se quebrar a hegemonia dos países ricos na política internacional, ou pelo menos fortalecer a voz de países cujas economias ganham importância no cenário global. Apesar destes países ganharem importância, economicamente falando, suas diferenças são imensas. Desde os aspectos meramente políticos aos culturais.
Do ponto de vista econômico, Brasil e Rússia ficam atrás, como essencialmente produtores de comodittes, e importadores de capitais e indústrias , sobretudo eletrônica, a qual vai ditar o desenvolvimento econômico e tecnológico dos próximos séculos. Apesar das contradições em suas sociedades extremamente complexas, Índia e China investem fortemente na pesquisa e sobretudo na educação, importando universidades inteiras. A China depois da adoção do capitalismo dirigido de matriz autoritária com o partido comunista, e a Índia , ainda com graves problemas sociais, mas com índices satisfatórios de desenvolvimento principalmente com tecnologia agregada, com a informática.
Brasil e Rússia, com forte tradição de estatização da economia, e baixa produtividade, dependem cada vez mais do petróleo, no caso russo, e dos alimentos e  de matérias-primas no caso brasileiro. Seus governos, sobretudo depois da crise mundial, não acenam para as reformas capitalistas estruturadoras, permitindo a livre competição, mas no fortalecimento do estado como o principal condutor da economia. O governo Lula não operou nenhuma reforma neste sentido, e o governo russo dá mostras cada vez mais nítidas de autoritarismo e saudosismo da era soviética, para o mundo, de triste memória.
No caso brasileiro, uma imensa burocracia inepta e extremamente corporativista obstrui quaisquer tentativas de reforma, mesmo que sejam mínimas. Do orçamento nacional,só restam pelo menos seis por cento para investir.O resto é para bancar as despesas, sobretudo com salários e pensões do próprio setor público. Ainda mais que, a previdência agora virou um instrumento de políticas sociais,e seu déficit sempre aumenta. Quem fará reforma do estado? Quem peitará as “nomenklaturas” tupiniquins?
    

DITA DURA, DITA BRANDA

 Não sei direito, mas foi o cientista político portenho Guillermo O’Donnel, quem fez os trocadilhos, dita branda, dita, dura, para distinguis os vários tipos ou graus de autoritarismo. No nosso caso, tivemos vários períodos distintos da nossa sui-generis ditadura. Afinal, para se distanciar das tradicionais ditaduras caudihescas latino-americanas nossos generais inventaram uma ditadura rotativa, com vários ditadores se alternando no poder. “Só assim um sujeito como eu poderia ser presidente” afirmara Geisel, depois de ter sido o escolhido por Garrastazu, o Médici, o mais duro da ditadura.
A “dita branda” durou até o AI-5, ato institucional, que se transformaria no golpe dentro do golpe, devido ao fortalecimento dos setores duros do regime, com a inclusão da luta armada por radicais de esquerda inspirados pela revolução cubana. Com o endurecimento,sofreriam radicais e moderados da oposição, não escapando nem os setores da igreja engajados na luta pela democracia. Foi Geisel, quem afastou os radicais do centro do poder, reinstaurando a dita branda, que não resistiria à crise econômica da inflação e da dívida externa, abrindo os caminhos para o chamado poder civil.
Os adversários desta terminologia, afirmam que ditadura é ditadura, não existem meios-termos. Tudo bem, mas 500 é menor do 25000, ou não? Esta é a diferença entre os mortos na ditadura brasileira e a Argentina, só para ficarmos nestes tristes exemplos. Ainda mais se considerarmos que a população argentina é bem menor do que a brasileira, não? Claro, ditadura é um negócio antes e mais nada, chato. Uns idiotas querendo nos regular a vida. Que tal morar em Cuba, com seus espiões por quarteirão?
No Brasil de Geisel, praticamente já não existia a censura, e o aparato repressivo estava sendo desmontado.

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