domingo, 27 de agosto de 2017

"Você é sócio do caixa três", por Guilherme Fiuza


Epoca


O Brasil não falha: a ideia de criar um fundo público (seu dinheiro) para bancar campanhas eleitorais surge no momento em que João Santana (alguém se lembra dele?) pede à Justiça para desbloquear seus bens, porque está sem grana. Deu para entender? O marqueteiro-laranja do maior assalto da história da República está esquecido na prisão, tentando reaver sua fortuna, enquanto o país discute a oferenda de mais R$ 3,6 bilhões para engordar novos marqueteiros eleitorais.

Como isso é possível? Simples: dê uma olhada pela janela de seu computador e veja o Brasil, ao vivo, inflamado em seu despertar cívico, discutindo se o fundo público de financiamento eleitoral é de esquerda ou de direita. Se não for exatamente isso, é algo nessa linha, em geral um pouco mais tolo e surrealista. Se você fosse o João Santana, você faria o mesmo: “Deixa eu aproveitar o recreio intelectual dos idiotas que estão discutindo a ideologia de Adolf Hitler e salvar minha pele”.
Vamos interromper o recreio um minutinho, com todo o respeito à frivolidade geral, para uma lembrança saborosa: essa facada nas costas do contribuinte (você) nasceu – não ria – de um surto ético do PT. Naturalmente um surto ético de mentira, como tudo que provém das almas mais honestas do prostíbulo.
O Brasil não falha: a ideia de criar um fundo público (seu dinheiro) para bancar campanhas eleitorais surge no momento em que João Santana (alguém se lembra dele?) pede à Justiça para desbloquear seus bens, porque está sem grana. Deu para entender? O marqueteiro-laranja do maior assalto da história da República está esquecido na prisão, tentando reaver sua fortuna, enquanto o país discute a oferenda de mais R$ 3,6 bilhões para engordar novos marqueteiros eleitorais.

Como isso é possível? Simples: dê uma olhada pela janela de seu computador e veja o Brasil, ao vivo, inflamado em seu despertar cívico, discutindo se o fundo público de financiamento eleitoral é de esquerda ou de direita. Se não for exatamente isso, é algo nessa linha, em geral um pouco mais tolo e surrealista. Se você fosse o João Santana, você faria o mesmo: “Deixa eu aproveitar o recreio intelectual dos idiotas que estão discutindo a ideologia de Adolf Hitler e salvar minha pele”.
Vamos interromper o recreio um minutinho, com todo o respeito à frivolidade geral, para uma lembrança saborosa: essa facada nas costas do contribuinte (você) nasceu – não ria – de um surto ético do PT. Naturalmente um surto ético de mentira, como tudo que provém das almas mais honestas do prostíbulo.
A situação era a seguinte: a Operação Lava Jato fervia, em plena revelação da máfia montada por Lula e Dilma com as maiores empreiteiras do país para roubar a Petrobras e a economia popular, quando o Partido dos Trabalhadores resolve dar seu grito contra o abuso do poder econômico perpetrado pelo capitalismo selvagem. Traduzindo para o português: depois de usar as empresas para abarrotar criminosamente seu caixa eleitoral, as virgens de Lula resolvem proibir a doação eleitoral de empresas – em nome da ética.
Não ficou clara a tradução? Vamos tentar de outra forma: o PT roubou você com o petrolão e vai te roubar de novo com o Orçamento da União. Se ainda não deu para entender, pelo menos rimou.
Podemos continuar essa conversa triste. Mas prometa que você não vai querer discutir se a proibição hipócrita das doações de empresas é de direita ou de esquerda. Hipocrisia não tem ideologia. Rimou de novo – rima pobre, como o espírito de um país que ama polemizar sobre o que não presta. É claro que o poder econômico sempre influenciará eleições – assim como o poder político, o poder cultural, o poder acadêmico, o poder familiar, o poder espiritual etc. Uma estrela de televisão que apoia um candidato está influenciando poderosamente o jogo eleitoral com o capital de sua fama. Não existe capital mais poderoso – e concentrado. Que tal proibi-lo? Nova lei: em ano eleitoral, artista famoso não pode abrir o bico sobre política.
Se você pode fiscalizar a promiscuidade entre artistas e políticos, pode fazer a mesma coisa sobre cartas marcadas entre empresas e partidos. Pode regular limite de gasto, tipo de contrato e condutas em geral – até onde você achar que deve, para controlar o tráfico de influência. Mas isso dá trabalho, então é melhor aderir à demagogia anticapitalista do maior ladrão da República.
Esse proselitismo malandro, supostamente progressista, tem entre seus arautos os heróis carnavalescos de sempre – vários dos quais de toga. Desse Supremo Tribunal Federal que tentou melar o impeachment de Dilma na mão grande, o mesmo que abençoou a tramoia de Janot com Joesley, só se ouvem tiradas espertas em busca de manchetes – tipo o “quero mudar o Brasil, não me mudar do Brasil” de Cármen Lúcia, frase matadora para bolo de aniversário. Sobre a garfada obscena de R$ 3,6 bilhões com a bênção do STF (o companheiro Barroso não falha), nenhuma tirada estilística.
Queridos legalistas ornamentais, onde está a investigação das operações bilionárias do BNDES com o caubói biônico, maior corruptor confesso do sistema político brasileiro, sob a regência do PT? A omissão geral sobre esse esquema pornográfico, protegido pelas flechas de bambu do procurador companheiro, é de esquerda ou de direita?
Até o procurador Deltan, expoente da Lava Jato, resolveu aderir à coqueluche ideológica do jardim de infância. Afinal, o oportunismo é de esquerda ou de direita?
Com a palavra, as viúvas de Adolfo.

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